terça-feira, 16 de outubro de 2012

Ponto de situação (em tempo de "quase")


Confesso que não vi mais do que meia-dúzia de casas antes de me decidir por esta. Encontrei-a on-line, ainda levei um tempinho até me propor a vê-la pessoalmente (foi preciso o preço descer um pouco) e visitei-a pela primeira vez em outubro de 2010. Foi paixão à primeira vista, por isso lá negociei o preço e acabaria por adquiri-la em Junho de 2011. Passado um mês dei início às obras que, infelizmente, viriam a ser muito conturbadas. 
Já nem sei explicar tudo o que me aconteceu ao longo deste tempo, mas a escolha do empreiteiro terá sido o meu pior erro. O indivíduo não detinha suficiente cultura de obra nem capacidade para compreender o que era pretendido, nem competência para liderar os seus homens. Tudo o que fosse um pouco além de uma remodelações padrão (e das menos exigentes) era demais para ele, e creio que se convenceu que eu me satisfaria com pouco, tendo cometido sérios erros de cálculo. Para além disso, não tomava apontamentos, esquecia-se de tudo e errou tantas vezes que nem sei. Não comunicava por e-mail (e há coisas que têm de seguir por escrito, como por exemplo desenhos, medidas, referências) e os que eu lhe enviava imprimia-os para ler mais tarde (!), e não lhes respondia, depois perdia-os e nunca sabia quais eram os mais actuais, e assim tinha eu de lhe repetir tudo, tudo, tudo, não conseguindo alienar nada nas suas mãos. Para além disso, muita coisa veio mal dos fornecedores e ele não reclamou, adiou todas as compras necessárias por falta de dinheiro, mentindo e inventando desculpas e fez-me perder imenso tempo.
Na verdade, nunca tomou o projecto como seu, pautou-se pelos mínimos de qualidade e zelo, não se responsabilizou pelo trabalho dos homens que ele próprio escolheu (o electricista desapareceu sem sequer deixar um esquema técnico, e agora ninguém consegue perceber o que é que está feito e o que é que falta fazer), e decepcionou-me constantemente. Até que ficou de terminar a obra enquanto eu estive de férias e, não só não o fez, como me informou, à chegada, de que já não tinha dinheiro para avançar com mais nada... 
Isto é o caso resumido e sem detalhes. É uma forma de dizer “que azar o meu!”...
Azar o meu, que tive de passar mais um natal daqueles que me desanimam, que não pude aproveitar as férias para fazer as mudanças, nem plantar árvores, legumes e especiarias no seu tempo certo, nem adoptar o cãozinho que eu queria; que adiei a minha vida e que ainda aqui ando, a braços com uma casa que era suposto habitar há tanto tempo, que de tudo isto me teria já esquecido.

Ao fim de um ano e dois meses de obras, eis que elas recomeçam. A ideia é não se alongarem para lá de mês e meio, terminando no início de Dezembro. Mas como estas coisas nunca correm de acordo com o plano, não sei ainda se passarei o próximo Natal na casa nova (que já será o segundo desde que a tenho).
Falta aplicar os novos mosaicos da casa de banho (numa outra edição falarei sobre eles); instalar o forno, a placa, o esquentador, o exaustor, a máquina de lavar, a sanita e o lavatório (o tampo do lavatório também veio errado e vai ter de ser devolvido); aplicar mini-moisaicos numa parte da cozinha (e graças aos céus que a saga dos armários da cozinha já é passado!); colocar tijolos numa parte da sala; colocar a janela de guilhotina na cozinha (é longa, muito longa, a história desta janela!); acertar algumas tomadas (que por erro de quem as fez, ficaram tapadas); instalar focos e projectores; construir a despensa (designed by me); assentar o chão do quintal; refazer os canteiros; arranjar o forno do pão e a zona da churrasqueira; pintar todas as paredes (interiores e exteriores); colocar sancas no quarto e rodapés da sala; limpar os mosaicos do chão (que se encontram imundos porque não foram devidamente protegidos; e, possuindo relevo e sendo antiaderentes, não auguro nisso facilidades); desumificar a casa (que já apanhou imensa chuva devido à ausência de caixilharia) e instalar os tampos da cozinha.
Ora, este último aspecto está a preocupar-me imenso, e eu passo a explicar porquê na próxima edição.
Por enquanto deixo aqui mais duas cozinhas apetecíveis... Porque sim!... Porque a minha já deverá estar quase! :-)

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