quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Economia e Ecologia

Três coisas tentei ter em atenção, nesta nova casa, para além da estética do ambiente: assegurar condições de segurança; criar um espaço onde um cão possa ser feliz; prever formas de restringir os gastos. Sobre esse último aspecto, eis aquela que é a minha principal tríade na economia doméstica:

ÁGUA

Na mira de um consumo da água mais racional, as torneiras da cozinha e da casa-de-banho serão apetrechadas de um redutor de caudal; a loiça é lavada à mão no sistema de duas cubas (o lava-loiças só tem uma, mas a técnica consiste em lavar nela e enxaguar num alguidar, ou vice-versa), evitando a irresponsável tentação da lavagem sob água corrente; a primeira água do duche (enquanto não sai quente) é aproveitada para a rega ou para a limpeza do chão (aliás, a água de passar a loiça a limpo também serve para lavar o  chão do quintal, por exemplo).

Quem tem um quintal costuma consumir mais água, mas eu quero ver se consigo compensar as coisas.

Quanto ao autoclismo, para além de ter duas intensidades de recarga, levará, no cifão, uma garrafa cheia de água, por forma a impedir o seu enchimento total. Há quem opte pelo truque de aproveitar águas de outros usos para as descargas, mas não me parece nada prático. E eu privilegio formas inteligentes de fazer mais com menos, mas que não causem desconforto.

Há dias vi à venda uns vasos muito grandes que se colocam no jardim e que, para além de serem decorativos, servem de reservatório para as águas da chuva e têm uma torneirinha, para além de um filtro. São caros, e também não vejo razão para tanto, até porque sei que iria passar a vida a imaginar a quantidade de bichos que iriam jazer por lá a todo o momento; quer a afogar-se, no inverno, quer a dissecar, no verão. Ná!, não é uma ideia que me entusiasme.

LUZ

No que respeita à energia eléctrica, as opções são ainda mais. Deixo aqui uma mão cheia delas:

a) Investi em dispositivos LED (sala, quarto, casa de banho, corredores, despensa e anexo) e lâmpadas economizadoras (cozinha, quintal e arrumos);

b) Em todas as divisões há sempre a hipótese de se acender uma só lâmpada [dei por um erro de estudo que cometi ao optar por instalar um foco duplo no quarto, o que me obriga a ter sempre um par delas ligado, mas isso é coisa que irei corrigir no futuro];

c) Para eventuais (e excepcionais) serões de TV não preciso de ter as luzes acesas (nunca foi meu hábito), e tenho ainda duas outras possibilidades: o acumulador de luz solar, que passará o dia a absorver energia no quintal e que tem autonomia suficiente para o uso que darei à sala ao chegar a casa; e o antigo candeeiro a petróleo, uma relíquia de família (era da minha avó materna e já em criança me encantava), que, para além de servir como peça de decoração, é extremamente útil em situações de falta de energia e pode mesmo ajudar a compor um ambiente mais romântico...;

d) Não possuo equipamento de ar condicionado, aquecedores de qualquer género ou electrodomésticos muito gulosos de energia eléctrica, como seja um secador de roupa. Utilizo muito poucas máquinas e, definitivamente, bem menos apetrechos eléctricos do que a maioria das pessoas: não uso máquina de café (o café é feito na cafeteira), nem chaleira eléctrica (aqueço a água ao lume ou no microondas); a torradeira é daquelas de se colocar em cima do bico do fogão; optei pela lavagem manual da loiça (para uma ou duas pessoas nunca achei que compensasse a máquina); muitas vezes substituo os equipamentos eléctricos (picadora, batedeira, espremedor, passe-vite, etc.) por utensílios manuais, tão mais agradáveis de utilizar!;

e) Todos os grandes equipamentos são económicos (de A+ a A+++) e o uso daqueles que ainda não o são (como o famoso ferro de engomar) é devidamente regrado. Mesmo os aparelhos menos gastadores são, dentro dos possíveis, utilizados com consciência e parcimónia (abertura das portas do frigorífico; aparelhos em modo de “stand-by”, lavagem da roupa à temperatura suficiente, etc.);

Se ainda era possível fazer mais e melhor? Pois claro que era. Um exemplo é este: eu sempre quis – e o tanto que teimei para isso! – que este meu forno fosse a gás. Por um lado, eu adoro cozinhar no forno; por outro, o forno eléctrico gasta horrores de energia. Todavia, de modo a não diminuir ainda mais o espaço do corredor que a cozinha forma entre os armários, tive de fazer caber a placa de bicos e o forno respectivamente sobre e sob um tampo de 50 cm, o que poderia ser um impossibilidade, não fosse eu a teimosa que sou. Lá fácil não foi, é verdade: ao início juravam-me a pés juntos que uma placa de bicos a gás, para ali caber, teria de ser de dois queimadores, ou então três, mas todos na horizontal... O que me levaria uns 90cm de bancada. Por outro lado, um forno para ali ser encastrado, só se fosse mini, ou híbrido (um forno-microondas), e coisas dessas, para mim bem estranhas.

Valeu-me a inteligência da Teka (a linha espanhola) em perceber que as cozinhas são cada vez mais pequenas, e que já lá vai o tempo em que tudo tinha de ser standard e chatinho. E foi assim que consegui uma placa com quatro bicos de gás,e um bom forno... Mas eléctrico! E agora há que ter alguns cuidados, como não desperdiçar em pré-aquecimentos desmesurados, desligar o forno um pouco antes de terminar, etc.

GÁS

É gasto sobretudo na confecção dos alimentos e nos banhos.

Já por natureza não gosto de aquecer a comida em demasia, e até aqueço menos coisas do que a maioria das pessoas que conheço (como vários pratos frios, não cozo demais os legumes, nunca aqueço o leite, quase sempre bebo o chá gelado, enfim...).

Para cozinhados a sério, sempre que possível uso a panela de pressão. E aproveito sempre para lá meter algo que preciso cozer para outras refeições (exemplo, arroz ou massa, dentro de uma bola microperfurada, própria para o efeito).

Sempre que a loiça não careça de uma lavagem mais profunda, lavo-a com água fria. E conto que a suposta “inteligência” do meu esquentador o faça ter um funcionamento equilibrado.

Optei por não colocar um painel solar no telhado do anexo do quintal. Daria um resultadão, porque apanharia sol directo durante horas, mas trata-se de um investimento demasiado avultado para mim, do qual tão depressa não iria beneficiar. E o dinheiro está mesmo caro!

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E pronto! Sou adepta de outras formas de poupança e contra o desperdício, como por exemplo no que tenha a ver com as compras e com a alimentação (há que reutilizar e reaproveitar) e outros hábitos com os quais podemos ter maior qualidade a um menor custo. Mas isso será melhor apresentado um pouco lá mais para a frente, aí já com exemplos ilustrados, para não se tornar tão maçador! J




Já agora, um exercício: vamos ver se alguém consegue adivinhar, por aproximação, os montantes das minha facturas da água, da luz e do gás referentes a um mês típico nesta casa. Eu ainda não consigo ter uma ideia, mas é importante que a tenha em breve para melhor poder planear.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013


"Quero uma casa no campo, que pode ser na cidade, mas tem de ser de verdade"

(Casa no Campo - Capicua)