domingo, 21 de outubro de 2012

Mudança de planos!


Ai, ai, do que me fui lembrar nesta altura do campeonato!... Agora, que os mosaicos-pastilha estão mais do que comprados... E a trabalheira que foi achá-los!, já para não falar do dinheiro que gastei neles! Mas o que é da vida senão uma sucessão de planos, e como pode um espírito inquieto não mudar de ideias sobre uma obra que decorre há já tanto tempo?...


(Pastilha para colocar entre os móveis)

Pois bem... Acho que vou forrar a parede da cozinha entre os armários superiores e inferiores com o mesmo revestimento que coloquei no chão. Imita madeira, é bonito, lavável, neutro, condiz com tudo e fica mais rústico. É sabido que nunca fui muito à bola com aqueles mini-mosaicos demasiado ordenados e certinhos. E da experiência que fiz, pareceu-me não combinam com a decoração que idealizei para ela (uns vasinhos com flores e as cortinas em vichy vermelho que irei pôr por detrás dos vidros dos armários pequeninos).

(Experiências com mosaico do chão e com mosaico-pastilha)

Eis o único senão desta escolha: os mosaicos de "madeira" não têm comprimento suficiente para cobrir, dispostos ao alto, toda a área pretendida, e era assim mesmo que eu os queria: verticais, a parecerem tábuas realmente. Neste caso teria de os colocar desencontrados (como foi feito com o chão), coisa a que já não acho tanta graça.
Alternativa: o Leroy Merlin tem à venda uns vinis que imitam muitíssimo bem a madeira. Infelizmente, aquele que é para mim o mais bonito, tem uma cor muito afastada da do meu chão, e temo que não combine nada bem. Depois há um outro, com um tom bem mais próximo ao do chão (castanho acinzentado), mas que ao perto não me parece tão atraente. Como lá não deixam comprar uma peça isolada, e uma pequena amostra não me permite experimentar estas hipóteses convenientemente, tive uma ideia: visto que, em optando pelo vinil, irei sempre precisar de  duas caixas, para a semana vou lá e compro uma caixa de cada, depois faço a experiência à vontade e por fim  volto lá e troco a caixa daqueles que rejeito por uma daqueles que escolhi! Parece-me um bom plano. 
 (Detalhe do mosaico a imitar madeira)
  (Detalhe de um vinil a imitar madeira)
(Distância de cor entre o mosaico e o vinil)

No entretanto, fico a braços com mil dúvidas e "se's"! :S
 

(Actualização: recanto à entrada. A cozinha encontra-se agora revestida a vinil do lado esquerdo, entre os armários superior e inferior, e por cima da placa do fogão. Se um dia me arrepender, regressarei aos mosaicos).

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Os tampos não deram tampa!


Que dizer do dia de hoje, senão que eu não descansei até que vi os tampos da cozinha com estes meus olhinhos que os de ninguém substitui?!
Pois é... Cheguei à porta de casa no exacto instante em que a carrinha de caixa aberta da casa de mármores se preparava para estacionar. Por isso deitei logo uma olhadela ao que lá vinha e permiti-me sossegar um pouco ao vislumbrar o tom das pedras.
Depois disso, foi um tempo infinito dedicado à colocação das mesmas, e eu ia reparando e concluíndo que:

1) As peças em si são absolutamente fantásticas! O acabamento bujardado e envelhecido dado ao lioz - que, entretanto, é de excelente qualidade (muito pouco poroso) e, ainda assim, foi impermeabilizado - resultou na perfeição, e isso não ponho em causa. Em tão grande extensão de mármore, acabam por aparecer pequenas e distintas colorações (manchas e laivos) mas/e, de perto percebemos como é bonito.

2) No entanto, parece-me que o mármore não fica tão bem com aqueles móveis como eventualmente poderia ficar uma outra solução que me tivesse ocorrido (sendo que continuo sem ideias concretas*). Sobretudo, devido à maldita história do tom dos móveis (que são casquinha de ovo, e não brancos). Assim como há vezes em que - já o disse - estes me parecem "amarelos" (passo o exagero), houve hoje alturas em que os tampos pareciam fugir para o rosa. Agora imagine-se as duas coisas juntas!...

3) Apesar disso, estou convencida de que entre estas peças e a amostra que eu vi na fábrica ainda vai uma diferença. Na verdade, aquela, pejada de "derrames" que se entrecruzavam, constituia uma peça bem mais interessante. Todavia, tendia muito mais para o rosado, ao passo que os meus tampos se concentram mais na mera cor de pedra. O que, novamente por conta o tom dos móveis, agora eu até agradeço e enalteço.

Mas enfim... Desta vez safei-me de um desgosto. Foi para compensar a janela em guilhotina que eu vi quando lá cheguei... Mas não vou falar disto agora, porque insisto em comemorar um dia sem desilusões! :-)

Por hoje, deixo aqui umas imagens dos tampos já postos, na esperança que o revestimento das paredes faça depois o seu trabalho de conciliador entre as partes, e certa de que a decoração se encarregará do resto! :-)


(Faltam: revestimento, frigorífico, exaustor, torneira e mesa junto à janela)


* Em madeira é bem bonito mas pouco prático; o cimento exige cuidados para não estalar; o inox dá um ar industrial; as resinas sintéticas e os acrílicos [aglomerados ou compactos] são demasiado contemporâneos; o granito é bom e barato mas não me agrada e ao azulejo não lhe acho piada aí. É do mármore que eu sinto a falta... Do mármore, como dantes!

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Era uma vez uma cozinha


Está marcada para a próxima sexta-feira a instalação dos tampos da cozinha (medo, muito medo!). E com isso a dita fica pronta. Sem que desse tempo para ir acompanhando por aqui o seu crescimento, que vou tentar resumir:

Nada alterei à linha principal da cozinha. Ou seja: mantive-a ladeada, quer à esquerda, quer à direita, por móveis, isto porque, apesar de me agradar a ideia de ter uma parede liberta deles (quiça apenas com uma prateleira), a arrumação faz-me falta, o estilo rústico permite-o e não achei que fosse comprometer em muito a sensação de leveza que pretendo proteger em cada divisão.

Para os armários, optei por um modelo bem simples, nem por isso original (bem pelo contrário, tradicional), e com o qual me identifico. Podemos vê-lo, por exemplo, na imagem que ilustra a edição com o título "cozinhas". Apenas optei por armários menos largos do que aquilo que é cada vez mais habitual (de 45 cm, contra os habituais 60 cm).

De início eram para ser brancos. Em carvalho levemente lacado (a mate, como tudo o resto naquela casa, incluindo a caixilharia) de modo a que os laivos naturais não se perdessem totalmente. Já aqui exibi a amostra da madeira que era para ser, mas repito-a.

(Amostra da madeira primeiramente escolhida)

Todavia, com a mudança de um carpinteiro para uma casa especializada em cozinhas, dei por mim a preferir um acabamento "branco velho", que sob as luzes da loja me parecia pérola mas ao ar livre tornava ao branco e por isso eu arrisquei. Só que, depois dos armários postos, nunca mais lhes vi o branco, acho-os amarelados; mas isso é outra cantiga, que já cantei por aqui, por isso shiu!

O giro foi trabalhar com as dimensões. Ambas as bancadas eram pouco profundas, e substituí-las por medidas padrão iria reduzir o corredor entre as duas filas de armários. No entanto, uma das bancadas teria de crescer, ou não seria possível instalar sob ela nenhuma máquina de lavar que não fosse minimal. Vai daí, aceitei que um dos lados fosse aos 60 cm, mas mantive o outro com 50 (gostei dessa bancada assim que vi a casa). A diferença não se nota, de todo. Eis o esquema:

(Cozinha concebida por mim, em Word;
encontram-se coloridas as zonas a revestir)

Por debaixo do tampo mais profundo (à esquerda de quem entra), os armários têm as medidas a ele adequadas, sendo os superiores mais reduzidos, com 35 cm de fundo. Sob o tampo mais estreito (o da direita) tenho armários inferiores com cerca de 45 cm e, por cima, umas miniaturas que eu draftei, com uns 20 cm apenas, profundidade óptima para os copos.

(Desenho técnico feito pelo fornecedor: Cozidurães)

O problema foi encontrar uma placa e um forno que se ajustassem ao tampo mais reduzido. No primeiro caso, juraram-me que só o conseguiria se optasse por uma de dois bicos; ou com três bicos mas horizontal. No segundo caso, teria de ser um mini-forno ou um forno microondas, quando não era opção minha perder em espaço interior, pois quero vir a poder fazer uns valentes assados e umas grandes experiências boleiras.

Com tempo e paciência (ora desesperando, ora voltando a acreditar), e com a ajuda de um príncipe, tudo se conseguiu. Raspou-se um pouco a parede na zona destinada ao forno, e eis que um da Teka, de 56 litros, lá coube lindamente. A placa é da mesma marca e tem quatro bicos.

Por fim, o revestimento. Não de toda a cozinha, apenas de uma porção (assinalada no primeiro desenho). Desde logo o imaginei aos quadradinhos, mas não exactamente mosaico-pastilha, de que nunca fui grande adepta e que não aparentam nada de antigo. De referir que por essa altura ainda o chão de toda a casa estava para ser em tijoleira *, importando que o revestimento da cozinha casasse bem com essa cor. Revirei quantas casas de cerâmicas pude, e nada do que vi me agradava. E quando encontrei algo um pouco mais próximo do rústico, por ironia era mosaico-pastilha, ainda assim demasiado escuro, o que poria a perder a luminosidade pretendida.

(Ex. de mosaicos de que não desgostei, sobretudo o primeiro, 
com aquele efeito "gasto" que o faz parecer genuíno)

Até que um certo dia, passeando com a minha prima, ela pega nesta peça e mostra-ma para eu ver o que é que achava. E eu achei muito bem. Tão bem, que ficou escolhida desde então, e permaneceu como eleita apesar de o chão ter mudado de imitação de tijoleira para imitação de madeira, e não obstante as peças, em si, não serem a coisa mais extraordinária que eu já vi... apenas me parecem ser aquilo que fica bem numa cozinha que terá; 1) chão de "madeira" acinzentada; 2) móveis de madeira crú; 3) tampo de lioz (mármore). Confesso, porém, que me aborrece a forma geometricamente certinha como os pequenos mosaicos se encontram dispostos. Faz-lhes falta um pouco d'ó calhas.

(Mosaico Rock Art Tibério, da Roca)

Como digo, na próxima sexta feira baixam os tampos sobre os móveis que já lá estão. Um dia destes é a vez dos mosaiquinhos, e a cozinha fica feita. Mas "prognósticos, só no fim do jogo". Até lá, é fazer figas!

______________
* Se eu já tivesse descoberto o chão de mosaico a imitar madeira que acabei por escolher para revestir o chão da casa, poderia ter pensado nele para ocupar o espaço entre os armários superiores e inferiores da cozinha, em mantendo-se o chão de tijoleira. Acredito que pudesse resultar muito bem. 

Era uma vez uma casa de banho


Era uma vez uma casa de banho pequenina (e que bem me basta ), mas que eu decidi que deveria aparentar ser um bocadinho maior sem, porém, sofrer qualquer ampliação. Toca, pois, de trocar a sanita de lugar, de não a sobrecarregar com armários desnecessários (o lavatório será assente numa prateleira) e de optar por um revestimento clarinho, como eu gosto. Já agora, se eu substituísse a banheira por um poliban com paredes de vidro, certamente que o resultado seria ainda melhor no que à sensação de amplitude diz respeito, mas acontece que eu acho as banheiras tão fôfas, que não tive coragem de lhe mexer. É este meu gosto por casinhas típicas que não me deixa mudar lá grande coisa nelas.

Bom, mas esta edição é sobre as paredes da casa de banho. É verdade que prefiro vê-las pintadas, do que cobertas a mosaico, mas também o é que uma casa de banho interior tende a acumular humidade, coisa que no mosaico é bem mais fácil de limpar, e eu não tenho lá grande espírito de "limpadeira".

Vai daí, e porque o meu desejo era ter um lavatório em pedra, optei por mosaicos que ficassem bem com ela. Segue-se uma casa de banho (da net) que me inspirou, e, na imagem seguinte, o lavatório que acabei por comprar.


(Lavatório da Rubicer - catálogo)

Depois de muita (muita mas muita!) procura, acabei por me decidir pelos azulejos Terracota Pekin Bege. A imagem não é muito esclarecedora (nela aparecem mosaicos de duas cores: os beges em cima, os ocre em baixo):

 (Marca: Terracota; série: Pekin; cor: Bege - catálogo)

Devo dizer que eles são lindíssimos e que fazem uma casa de banho muito charmosa. Porém, já depois de os ter colocado, dei por mim a sentir que não era exactamente aquilo que eu imaginava... Achei-os talvez um pouco menos luminosos do que eu previra; percebia-lhes como que um certo tom rosáceo, por oposição à cor de areia que eu procurava. Não sabia bem explicar. E pelos vistos era eu a única a ter essa impressão, pois toda a gente adorou os mosaicos. Mas como quem havia de habitar a casa seria eu, se calhar fazia algum sentido reflectir um pouco. O pior dessa reflexão, era a certeza de que, caso optasse por trocar os mosaicos, muito dinheirinho iria ao ar num ápice. Ponderei, ponderei e... Resolvi que, se era para ir, então que fosse num ápice mesmo, para não doer tanto, e zás!:

(Marca: Peronda; série: Mitológica; formato: Medea; cor: Osso - catálogo)

(Zoom, feito com telemóvel, do mosaico à venda no Leroy Merlin)

Estes ainda estão por aplicar. Não é fácil fazer-se os cantos à meia-esquadria em materiais tão rijos quanto este. Por isso não poderei dizer ainda como ficam. Mas pelo dinheiro que já gastei, é obrigatório que fiquem perfeitos! :-)

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Pedras p'ra que te quero

Quando escolhi o tipo de tampo que eu achava ideal, fi-lo presencialmente, com base numa amostra de mármore que vi na fábrica, de lioz abancado, bujardado e envelhecido. Os dois últimos predicados referem-se ao acabamento, sendo verdade é que não me agrada nada o efeito do mármore todo polido e a brilhar, bem antes um ar de coisa que não é de agora. Já agora, o polimento abre os tons naturais da pedra mármore (ficam mais carregados), ao passo que os produtos para o envelhecerem tendem a aclará-los. Para além disso, qualquer elemento ácido (uma simples rodela de limão) ataca o brilho do mármore, deixando uma marca permanente. Mas, sobretudo, agradou-me, na amostra que me foi dada a ver, um aspecto não apenas desgastado, mas aparentemente carcomido pelo uso. É aqui que entra o bujardado, ou seja: a peça é metralhada com gravilha que a deixa com pequenas mutilações. Achei a amostra linda!!!

(Amostra de mármore de lioz abancado bujardado e envelhecido, sem "vieux")


(Amostra de madeira então pensada para os armários: carvalho lacado a branco)

Na altura julgava que os móveis da cozinha iam sair mais brancos e menos pérola, e achei que um bom casamento entre eles e os mosaicos-pastilha da parede seria este mármore, desde que parecido ao que eu tive oportunidade de ter na mão, ou seja, num tom que, após o tratamento, se assumia como mais tendente ao rosado... uma mistura que varia entre a cor de pedra natural, um ‘pó-de-arroz’ mediador e, no mais extremo dos seus veios, o terracota. Portanto, nem amarelado, nem acinzentado, nem acastanhado, nem demasiado escuro, nem com excesso de laivos e, de alguma forma, minimamente homogéneo.

(Primeira pedra apresentada, mas pequena)

A primeira pedra que me apresentam não me pareceu nada feia (as fotografias mostram-na em parte seca e em parte molhada, aparências respectivamente aproximadas dos efeitos bujardado e polido), mas impõe-se-me uma nova questão: o dono da fábrica diz-me que não me consegue arranjar tampos tão longos, que o máximo que conseguiriam seria 255 cm, e que, por isso, o meu balcão teria de ter uma união. E isso é que eu não queria! Vai daí, pedinchei, pedinchei muito, e lá ficaram de tentar arranjar-me tais peças. Eu esperei.

(Desenho dos tampos, ainda com a intenção de corte no superior)


Certo dia lá me dão sinal verde e enviam-me imagens. Confesso que por elas não consegui perceber se as peças tinham alguma coisa a ver com a amostra pela qual me decidira:





(Pedra suficientemente comprida, mas com laivos escuros)

Mais tarde enviam-me foto de outra pedra, alegadamente bem mais conforme, em aspecto, àquilo que eu desejava, alegando que a pedra anterior possuía veios demasiado escuros (aqui não os vejo, mas acredito).  No entanto, as fotos não se me apresentam esclarecedoras e eu não tenho tido qualquer oportunidade para me deslocar à Ericeira a horas de o responsável pela empresa me receber. Resta-me confiar na sorte, o que é sempre mau nestas coisas. E se tivermos em conta que me encontro a gastar mais de mil euros só neste trabalho, pior se torna. Por fim, trata-se da cozinha... divisão que para mim sempre foi a mais agradável de imaginar composta.



(Segunda proposta de pedra, com a amostra original, para comparação)

Para já, percebi que as placas que aí vêm evidenciam umas manchas fósseis (aquelas áreas a branco, como se fossem pedaços de gordura mas cristalizados) que a amostra que eu vi não tinha. Logo aí, já são diferentes. Suspeito que o processo de envelhecimento a que será sujeita não as vá disfarçar. E o que mais receio é que o tom final (aquele que sobressai, no geral, da pedra inteira) não seja em nada parecido com o da pecinha pela qual me apaixonei. Porque isto de tentarmos fazer-nos entender aos outros em matéria de cores, é sempre difícil. Muito mais em se tratando de um material tão variável quanto a pedra. E eu nem sei se o indivíduo percebeu que as similitudes que eu procuro entre a amostra e a pedra para a minha bancada são, exacta e fundamentalmente, de tom. É que tudo pode ter sido lost in translation! Olhando com atenção, parece-me que a amostrinha tem mais cor, mais efeito, mais personalidade. Por fim, nada me diz que o mármore de lioz fique bem com móveis de madeira pérola. Na verdade, nem sequer é provável. Já para móveis brancos (como estiveram para ser) era arriscado, agora é quase perigo de morte!

E tudo isso me preocupa!

Ponto de situação (em tempo de "quase")


Confesso que não vi mais do que meia-dúzia de casas antes de me decidir por esta. Encontrei-a on-line, ainda levei um tempinho até me propor a vê-la pessoalmente (foi preciso o preço descer um pouco) e visitei-a pela primeira vez em outubro de 2010. Foi paixão à primeira vista, por isso lá negociei o preço e acabaria por adquiri-la em Junho de 2011. Passado um mês dei início às obras que, infelizmente, viriam a ser muito conturbadas. 
Já nem sei explicar tudo o que me aconteceu ao longo deste tempo, mas a escolha do empreiteiro terá sido o meu pior erro. O indivíduo não detinha suficiente cultura de obra nem capacidade para compreender o que era pretendido, nem competência para liderar os seus homens. Tudo o que fosse um pouco além de uma remodelações padrão (e das menos exigentes) era demais para ele, e creio que se convenceu que eu me satisfaria com pouco, tendo cometido sérios erros de cálculo. Para além disso, não tomava apontamentos, esquecia-se de tudo e errou tantas vezes que nem sei. Não comunicava por e-mail (e há coisas que têm de seguir por escrito, como por exemplo desenhos, medidas, referências) e os que eu lhe enviava imprimia-os para ler mais tarde (!), e não lhes respondia, depois perdia-os e nunca sabia quais eram os mais actuais, e assim tinha eu de lhe repetir tudo, tudo, tudo, não conseguindo alienar nada nas suas mãos. Para além disso, muita coisa veio mal dos fornecedores e ele não reclamou, adiou todas as compras necessárias por falta de dinheiro, mentindo e inventando desculpas e fez-me perder imenso tempo.
Na verdade, nunca tomou o projecto como seu, pautou-se pelos mínimos de qualidade e zelo, não se responsabilizou pelo trabalho dos homens que ele próprio escolheu (o electricista desapareceu sem sequer deixar um esquema técnico, e agora ninguém consegue perceber o que é que está feito e o que é que falta fazer), e decepcionou-me constantemente. Até que ficou de terminar a obra enquanto eu estive de férias e, não só não o fez, como me informou, à chegada, de que já não tinha dinheiro para avançar com mais nada... 
Isto é o caso resumido e sem detalhes. É uma forma de dizer “que azar o meu!”...
Azar o meu, que tive de passar mais um natal daqueles que me desanimam, que não pude aproveitar as férias para fazer as mudanças, nem plantar árvores, legumes e especiarias no seu tempo certo, nem adoptar o cãozinho que eu queria; que adiei a minha vida e que ainda aqui ando, a braços com uma casa que era suposto habitar há tanto tempo, que de tudo isto me teria já esquecido.

Ao fim de um ano e dois meses de obras, eis que elas recomeçam. A ideia é não se alongarem para lá de mês e meio, terminando no início de Dezembro. Mas como estas coisas nunca correm de acordo com o plano, não sei ainda se passarei o próximo Natal na casa nova (que já será o segundo desde que a tenho).
Falta aplicar os novos mosaicos da casa de banho (numa outra edição falarei sobre eles); instalar o forno, a placa, o esquentador, o exaustor, a máquina de lavar, a sanita e o lavatório (o tampo do lavatório também veio errado e vai ter de ser devolvido); aplicar mini-moisaicos numa parte da cozinha (e graças aos céus que a saga dos armários da cozinha já é passado!); colocar tijolos numa parte da sala; colocar a janela de guilhotina na cozinha (é longa, muito longa, a história desta janela!); acertar algumas tomadas (que por erro de quem as fez, ficaram tapadas); instalar focos e projectores; construir a despensa (designed by me); assentar o chão do quintal; refazer os canteiros; arranjar o forno do pão e a zona da churrasqueira; pintar todas as paredes (interiores e exteriores); colocar sancas no quarto e rodapés da sala; limpar os mosaicos do chão (que se encontram imundos porque não foram devidamente protegidos; e, possuindo relevo e sendo antiaderentes, não auguro nisso facilidades); desumificar a casa (que já apanhou imensa chuva devido à ausência de caixilharia) e instalar os tampos da cozinha.
Ora, este último aspecto está a preocupar-me imenso, e eu passo a explicar porquê na próxima edição.
Por enquanto deixo aqui mais duas cozinhas apetecíveis... Porque sim!... Porque a minha já deverá estar quase! :-)

Outra real, tangível e "pertinho" de mim

Esta é uma casa de cidade na cidade! :-)

Se eu fosse seguir o resumo final da edição anterior, diria assim: pertence a uma pessoa muito especial para mim, que morava na mesma rua que eu e que já concluiu as suas obras, preparando-se para proceder à mudança.

Com mais detalhe: trata-se da minha amiga de infância, de quem fui sempre vizinha. Adquiriu o último andar do prédio onde residem os pais e fez no sótão uma espécie de estúdio relax, com simplicidade e bom gosto.

A imagem mostra um dos seus lados. Para cá da trave que se encontra ao meio da imagem ainda fica outro.

E é com todo o gosto que passa a figurar nesta humilíssima galeria de "casas giras" e... "pertinho de nós"! :-)

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Esta é real, tangível, bem pertinho de mim


Enquanto a coisa não ata nem desata (se fosse desfiar aqui o chorrilho de azares que me têm acontecido, ninguém acreditaria mesmo), permitam que me alegre com a alegria de outros.
Antes de mais, tenho a dizer que só em imagens (de revistas e da internet) já eu vi milhares de cozinhas, como é evidente. Guardo comigo algumas das mais bonitas que vou apanhando (invariavelmente de um estilo menos urbano), que vão do genuinamente humilde, a uma simplicidade que é fingida e que fica cara.
No entanto, e feita a ressalva a algumas das melhores revistas de decoração (de que é um excelente exemplo a francesa Maisons Coté Sud), as mais das vezes, o que encontro nas diversas fontes onde se exibem grandes casas no campo (e dou agora o exemplo da GG, que a imobiliária alemã Engel & Völkers disponibiliza em inglês) são habitações em que a divisão com menos piada é a cozinha, precisamente aquela que se me oferece a mais tentadora de tentar compor casando a funcionalidade com a harmonia estética.
E se passar dessas fontes para os catálogos de venda de cozinhas, aí é a desgraça: é que não há uma - uminha, sequer - que escape... de banal e sem graça até inacreditavelmente feio, tudo acontece diante dos meus olhos. Lá diz o provérbio que gostos não se discutem, pois é. Mas podem partilhar-se, não podem?

Deixem-me resumir a história: pertence a uma pessoa que é muito especial para mim, que mora na minha rua e que, tal como eu, se encontra a concluir as obras da sua casa e, aos poucos, a iniciar o processo de deco.


Agora digam-me lá que esta cozinha não é um apetite?
 
E o que dizer da casa de banho?...
 
 
 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

A minha cozinha branca

A minha cozinha branca, aos poucos, deixou de ser branca. Pelo menos tão decisiva e definitivamente branca como sempre esteve para ser.

Primeiro, porque o acabamento da madeira que eu escolhi para os armários da cozinha é, supostamente, de um branco pérola, sendo leve a camada de tinta, de modo a verem-se os laivos originais que, entretanto, ao invés de me terem saído acinzentados, sairam-me como que acastanhados, dando agora a aparecer um quase-amarelo que eu cheguei a pressentir na loja, sob o efeito das luzes de halogéneo, mas que à luz do dia desaparecia, voltando a assumir-se branco.

[E ora aqui está uma frase longa só com vírgulas a tomar conta dela!]

Depois temos o revestimento da parede, que é de um mosaico-pastilha feito de mármores diversos, cujos tons, mesclados, oscilam entre o terracota e o rosado, entrecortados por pecinhas de pedra calcária branco-sujo, cor de champanhe, osso, creme, off-white or whatever that is).

Por fim, temos o chão, que evidentemente não é branco (digo “evidentemente” mas nem sei porquê, já que um chão feito de tábuas brancas é algo que habita o lugar das minhas ideias bonitas), e sim castanho acinzentado (ou cinzento acastanhado, que isto das cores que nunca são o que parecem, é só para chatearmos os homens).

Vai daí que talvez as paredes, o tecto e as janelas não sejam já capazes de fazer branca a minha cozinha, de tal forma ela foi ganhando cores nas pequenas coisas que desejei discretas. Portanto, so long white kitchen!

Resta esperar para ver como é que tudo se mistura e se funde. Afinal, as casas têm uma alma própria!

(Cozinhas brancas: uma numa versão bem rústica, que muito aprecio, outra numa tentativa de 'imitação', estilo shabby-chic)

terça-feira, 24 de julho de 2012

Bahia

"A água da praia é tão limpa que reflete como um espelho. A lua nasce no mar e pode ser vista da varanda da casinha, que um dia pertenceu a um pescador".



Fonte: http://revistacasaejardim.globo.com/Revista/Common/0,,EMI69112-16937,00-BAHIA+COM+UM+SOPRO+DE+GRECIA.html

quinta-feira, 26 de abril de 2012

As divisões da casa

Devo ter tido sorte, não sei. É que sempre gostei de casinhas já com alguma idade (com uso, história e memória) e modestas em tamanho. Não sei se estou sozinha no mundo quanto as estas preferências, mas se estiver, pode parecer que minto. De todo! Fico assustada só de pensar na circunstância de ter várias e amplas divisões a que não daria uso (não sou nem doméstica nem caseira) e que jamais iria conseguir controlar (não tenho, nem quero, empregada), nem sequer apreciar. E uma casa novinha em folha não tem segredos nem alma, não viveu coisa nenhuma. E que difícil seria que tivesse uma decoração minimamente de acordo com o meu jeito de ser. Não!... A minha casa ideal sempre foi como descrevi em cima, e as outras que fiquem para quem com elas sonhe, e boa sorte!

Mas dizia eu que devo ser sortuda... por gostar do que até dá jeito. Porque uma casa que não é nova sempre fica mais em conta, e isso acaba por compensar o facto de ser mais cara por se situar em Lisboa. Mas, na verdade, o valor que damos por uma casa é tão relativo quanto isto: quanto é que vamos investir em obras?; em quanto é que a casa está avaliada?; como é o ambiente que a rodeia?; será que iremos gastar apenas o que previmos, ou defrontar-nos com vários imprevistos?...

Porquanto o melhor é tentarmos comprar a casinha que queremos (e que podemos, claro), mas sem demasiados preciosismos em relação a essa coisa do "mais tostão, menos tostão", que, na altura certa acaba por dar errado. Isto não serve de conselho (quem sou eu?!), apenas de opinião.

A minha casa não é grande. Mas, desde o primeiríssimo instante em que a visitei, logo senti o que nunca mais deixei de sentir: que é uma grande casa! Grande porque "permite"... Permite tanto! E tem espaços específicos, e cantos confortáveis, e lugar para arrumos, e áreas arejadas e enfim...

Na brincadeira, conto assim as suas divisões: vestíbulo, copa, living, alpendre, toilette, aposentos, closet, aprovisionamento, jardim e cabana. Claro que tudo isto para dizer o que facilmente se entende: que não deixa de ser uma casinha simples; mas simples na medida exacta. E que pode até chegar a ser grande demais, dependendo da perspectiva: parece muito para recuperar, para revestir, para mobilar, para decorar, para arrumar, para limpar...

Optei por fazer esta explicação, pois creio que irá facilitar a leitura da remodelação que está a ser feita nesta casinha cujas dimensões (não apenas as físicas, mas também as outras) são exactamente como deveriam ser para me encantarem como me encantaram. Ao fim e ao cabo, foi amor à primeira vista!

  1. Hall de entrada
  2. Cozinha
  3. Despensa
  4. Sala de estar
  5. Casa de Banho
  6. Quarto
  7. Arrumos
  8. Marquise
  9. Quintal
  10. Anexo

As divisões que mereceram maior investimento, quer de atenção (escolha dos materiais a utilizar) quer de mão-de-obra (intervenções), quer ainda, e por consequência, financeiro, foram, por ordem decrescente, a cozinha, o wc, o quarto, o anexo (o "apê" é um T1+1) e o quintal, ele mesmo com vários espaços diferenciados: para já, a zona da churrasqueira (que deverá vir a ser pergolada; não sem eu antes perceber o comportamento do sol), a de canteiros e o caramanchão.

O Anexo:

Já agora, o anexo do quintal começou por configurar uma espécie de estúdio, misto de recanto essencialmente zen com saleta de exercício e lugar onde guardar a bicicleta. Mas, aos poucos, ganhou forma um outro sentido, um outro destino: será uma sala, na sua plenitude, ainda que de fusão: por um lado, escritório (uma mesa grande permitirá espalhar livremente a papelada e trabalhar nos meus projectos mais amplos - que para as escritas do dia-a-dia previ um pequeno home-office no meu quarto); por outro, refúgio para lazer e relax (um armário transformado em banco será um spot de luxo à janela) e de convívio em grupo (seja refeição, jogatana ou festança), sempre que o tempo não esteja de feição para se estar ao ar livre. Porque se constitui como um espaço intimista, não irá ter televisão, mas, em contrapartida, contará com uma salamandra. E mais não sei, por enquanto. Será aos poucos...

O interior da despensa, ainda que simples, foi projectado por mim, e a marquise está concebida para proporcionar sossego, descontração e tranquilidade, bem como longas leituras e conversas.

Por fim, nem o hall nem os arrumos mereceram especial pensamento, até agora. E não creio que o vão merecer. Sei bem que se diz que a entrada de uma casa deve isto e aquilo, assim e assado; mas o facto é que essa se percorre com um passo para a frente e dois para os lados. E mais me importa que me abra caminho com a sua brancura simples e despretensiosa, do que se tente fazer passar por mais do que é. O quartinho de arrumos, esse é apetrechá-lo com um varão e armários ou prateleiras, muito úteis para guardar um pouco de tudo, das roupas mais pesadas e invernias a livros, de atoalhados a máquinas, e tralhas diversas.

De alçado tardoz (voltada para as traseiras), quase toda a casa beneficia da uma boa vista para o quintal, que providencia um silêncio fantástico, compassado apenas pelo trinar dos pássaros; uma sensação de maior segurança (por não ser visível da rua principal e dar para um acesso vedado) e intensa luminosidade (virada a sul, é extremamente soalheira, quer de verão, quer de inverno).

Facto curioso, é o de ter sentido como que uma "pressão preferencial" (apetece-me a expressão assim), por parte de outros, no sentido de abrir a sala para a marquise (criando assim aquele "L" de que aqui se fala sob o mote de "ambientes integrados"). Sequer suportei imaginar tal coisa! Ganharia uma sala maior (para quê?), a acabar à beira do pátio, mas perderia o prazer de ter um espaço bem mais acolhedor porque protegido (e, ainda assim, recebendo luz directa do quintal, o que é interessante), e aquele corredor envidraçado, como um solário...

Digo, repito e torno a dizer: a casota conquistou-me exactamente pelas suas características. E foi por isso que nenhuma parede foi abaixo ou mudou de lugar, nenhuma divisão passou a ser outra, nenhum canteiro foi sacrificado, sequer as árvores que já ali viviam e gozavam de plena saúde. O meu instinto foi o de valorizar a habitação sem tirar o valor que ela já tinha. Na verdade, de que forma os outros nos valorizam, se não for reconhecendo o valor que temos? Desconheço outra!

Tanta conversa, mas nenhuma imagem, n'é? Resta imaginar, enquanto tudo não acontece...
Já faltou mais!


Para alegrar a espera, deixo esta imagem de empréstimo, encontrada não me lembro onde.

See ya soon!

terça-feira, 10 de abril de 2012

A escolha do chão

Bastou-me ver a casota para me encantar por ela e, curiosamente, para ter logo uma boa ideia daquilo que pretendia fazer nela, do estilo aos materiais, dos aspectos práticos à decoração.

No caso do chão não foi diferente: a) não me identifico nada (nadinha) com soalho flutuante (parquet), que acho demasiado moderno e sem graça (apesar de entender quem alegue que se torna acolhedor e confortável) e muito menos da sensação de o pisar (é como se fosse pouco firme); b) queria que o chão de todas as divisões tivesse o mesmo revestimento, ao invés de um para as ditas assoalhadas, outro para a cozinha, outro para a casa de banho, enfim. Até porque entre a sala, o corredor, a cozinha e a marquise nem sequer existem portas, e agrada-me explorar essa sensação de continuidade. Donde, o piso a escolher teria de servir a todos estes ambientes; c) a ideia sempre fora criar uma atmosfera um tanto rústica (que haveria de se posicionar num registo típico de aldeia a tender para o género provençal, mas sem exageros).

Sendo assim, a decisão foi-me fácil, rápida e óbvia: mosaicos de tijoleira, afastados entre eles por um dedo de distância e num tom não muito avermelhado nem demasiado alaranjado, mas mais para o escuro (quase que com micro pigmentos arroxeados - é difícil de explicar), destonificados, para um efeito gasto, e... Vejamos:


1) A inspiração original adveio-me desta imagem que encontrei numa revista de decoração; 2) O resultado final aproximar-se-ia bastante deste; 3) De entre os vários tons que este material oferece, quele que mais me parecia agradar seria qualquer coisa como o que represento com um pequeno "x" (ou o tom do mosaico logo abaixo) nesta foto que tirei num centro comercial em Espanha, durante as minhas férias de verão; 4) uma outra possibilidade, no que ao tom e ao aspecto desgastado diz respeito, fui encontrar no chão de um café-bar no centro da Isla Cristina.


Quanto ao efeito que eu procurava obter com o afastamento entre os mosaicos (mas se fosse hoje talvez abdicasse disso, tendo em conta os relatos que entretanto ouvi de quem assim o fez), era mais ou menos como nos exemplos que se seguem:


1) Neste caso os mosaicos são pequenos demais, mas servem bem para representar o efeito pretendido; 2) este seria outro efeito possível, se bem que aqui os mosaicos tendem a ser um pouco alaranjados, como eu não os queria.


É claro que, nos entretantos, acabei por considerar outras hipóteses. Como a pedra natural, uma paixão tremenda mas, ao mesmo tempo, um pouco restritiva no que à decoração dos diversos espaços diz respeito - por ser demasiado clara (marfim) ou escura (cinza). Mas vou exemplificar:



1) Palavras para quê?.. Um luxo! E como apetece andar descalça sobre um chão destes, no pico do verão! E, de inverno, colocar sobre ele um tapete felpudo, que tudo liga bem com um chão assim (tudo, desde que a restante decoração seja clarinha, e - lá está a limitação de que falava - ocorreu-me que a necessidade de um ambiente um pouquinho mais "cosy", poderia vir a surgir); 2) Exemplo de como esta pedra fica lindamente num quarto; 3) E de como resulta absolutamente perfeita numa cozinha. Confesso que vacilei, que isto pedra natural é uma tentação!... Mas, também -diga-se em abono da verdade - uma tentação que pode ficar exorbitantemente cara!


E, de resto, havia ainda mais uma ou outra alternativa, mas que acabei por não levar muito a sério por um motivo ou por outro. É o caso do cimento alisado/queimado, ou microcimento (ou até a tijoleira encerada, como se usava dantes nas casinhas de aldeia e que durava uma vida - mas encerá-la é uma chatice!). Deixo aqui uns quantos exemplos, mas tantos outros existem na net:



Em todo o caso, depressa cheguei a uma conclusão: do que eu gostava mesmo, era de chãos já velhinhos. E isso da antiguidade e das marcas do desgaste não se pode forçar ou imitar. Ou, por outra: poder até se pode (tentar), mas não é (de todo) a mesma coisa. Nunca nada se compara com isto, por exemplo:



Este mesmo aspecto, apesar de raro, já o tenho encontrado noutros locais (nomeadamente nesta casinha de turismo rural em Castelo de Vide). Trata-se de um chão belíssimo, quando genuíno. Se eu tivesse "herdado" um assim, conservá-lo-ia com todas as minhas forças.


Seja como for, a ideia do piso em tijoleira para o interior da casa permaneceu como verdade incontestável durante quase todo o tempo. De tal maneira, que até o revestimento para a parede da cozinha foi escolhido de molde a combinar bem com ele (e a trabalheira que foi para o encontrar, santo deus!); e até a bancada. O próprio quarto iria recorrer a um truque estético, com o tecido da colcha a "casar" a cor de tijolo do chão com o cinza da parede principal. Mas, e apesar de tudo isto, acabei por desistir da ideia! E porquê? Porque percebi que não era prático. A gota de água foi o relato sincero de uma pessoa que tive o prazer de ter como formanda e que - prazer ainda maior - ficou minha amiga. Ela mesma escolheu, para chão de toda a casa, os mosaicos que eu achava ideiais. Mas a verdade é que - assim ela me conta - tudo o que neles cai os mancha permanentemente. Pior que isso: as juntas inevitavelmente começam a desfazer-se, desaparecendo em alguns pontos e tornando constante aquela leve poeira do cimento aqui e ali...

Ora eu, que já guardava comigo um pequeno segredinho (vou contar: vira, em tempos, no Leroy Merlin, uns mosaicos a imitar madeira que me haviam ficado no goto, enchendo-me de pena de ter de abdicar deles), comecei a pensar seriamente numa mudança nos meus planos originais. Perguntei-me: e porque não um soalho de madeira (tão bonito que até comove, costumo eu achar), mas sem as desvantagens a ele associadas (dificuldade de limpeza, cuidados de manutenção, empenamento e desgaste, etc.)? É que uma coisa é para mim muito importante: a casa está a ser feita para que um cachorrinho seja lá feliz. Claro que também para eu ser feliz, mas posso lá eu sê-lo se o canito não o for!?! E eu não o quero a escorregar em ladrilhos lisos, ao fazer as curvas da sua alegre correria; nem quero ter de me preocupar se me risca o chão ou se o patinha de terra quando vier do quintal. Era o que me faltava!... Um cão também tem a sua vida!



Ainda que assim fosse, daria sempre preferência a "madeiras" de um tom mais claro, seco e acinzentado, ao invés de castanho escuro, clean e luminoso, que é mais clássico. A ideia seria uma espécie de "dois em um": por um lado, sem escurecer a casa; por outro, mantendo a rusticidade.


E como estava longe de poder colocar tabuínhas velhas (como as da 1ª foto acima), eis as tais "tábuas" de mosaico anti-derrapante que imitam a madeira na perfeição! Na imagem surgem duas (ambas muito bonitas), sendo a segunda a opção definitiva para todo o piso interior da casa.

Nota: este tipo de pavimento existe também em "madeira branca" (como se vê na foto), castanha escura, "ruiva" e até num esverdeado que é uma delícia. Gosto de apreciar todas as cores e de imaginar as várias aplicações. Até ver, são estas as imitações mais perfeitas que encontrei. Numa casa de praia não teria dúvidas em escolher o branco.


E eis aqui a história do meu chão... Que espero possa ser útil a quem venha a passar pelo mesmo!

Ah!... E o que é do revestimento da cozinha (futuro post), comprado de propósito para combinar com o chão cor de tijolo? Mantem-se, claro, pois que, por essa altura, já me tinha afeiçoado a ele.

Já agora, e para terminar: ainda sinto saudades daquela minha ideia do chão em tijoleira!!!

See ya soon! :-)